Empresário Reafirma Acusações de Propina Contra Secretário de Obras do Prefeito Furlan

Depoimento foi dado em videoconferência na Justiça e envolve contratos milionários
Em uma nova audiência na Justiça, realizada na sexta-feira (14 de março), o empresário Claudiano Monteiro de Oliveira, dono da empresa CM de Oliveira CIA Ltda, voltou a afirmar que o secretário municipal de Obras de Macapá, Cássio Cleiden Rabelo Cruz, recebeu propina em contratos públicos. O depoimento aconteceu por videoconferência e foi conduzido pelo juiz substituto Mateus Pavão.
Monteiro de Oliveira é réu em uma ação judicial movida pelo próprio Cássio Cruz, que o acusa de calúnia e difamação. No entanto, durante a sessão, o empresário manteve sua versão dos fatos, reafirmando que o secretário teria recebido valores indevidos referentes a um contrato inicial de R$ 10 milhões, posteriormente reajustado para R$ 15 milhões, destinado à construção de uma praça em Macapá.
Obras interrompidas e suspeitas de superfaturamento
Além desse contrato, Monteiro de Oliveira denunciou irregularidades na construção da Arena Mestre Oscar. Segundo ele, sua empresa havia iniciado a obra, mas os serviços foram interrompidos pela Secretaria Municipal de Obras (SEMOB) e repassados à empresa Consórcio Amapá (CNPJ 53.368.393/0001-57). O novo contrato teria sido fechado por R$ 338 mil, um valor R$ 45 mil superior ao contrato original, que era de R$ 293 mil.
Na visão do empresário, essa manobra reforça as suspeitas de corrupção, já que a troca de empresas e o reajuste dos valores indicam possíveis irregularidades na gestão da SEMOB.
Prefeito Furlan e a “blindagem” de aliados
Monteiro de Oliveira também acusou o prefeito de Macapá, Antônio Furlan (MDB), de proteger aliados investigados por corrupção, desvio de recursos e outros crimes financeiros. Para ele, a postura do gestor municipal demonstra um “instinto de sobrevivência” de quem busca preservar seu grupo político a qualquer custo.
A denúncia traz novas camadas a uma série de investigações sobre contratos públicos e a transparência na gestão de obras em Macapá. A defesa de Cássio Cruz e da Prefeitura ainda não se manifestou sobre as declarações do empresário na audiência.